Parceria com Indique uma Preta
Encontre aqui mais informações sobre a inserção de jovens mulhere negras no mercado de trabalho
Em parceria com a consultoria de empregabilidade e diversidade Indique uma Preta, queremos reforçar a importância e os benefícios de iniciativas como o MUDE com Elas que promove a formação profissional e acompanha a inserção de jovens negras no mercado de trabalho brasileiro.
Confira os conteúdos aqui!
Qualificação
É necessário lembrar que a qualidade dos produtos e serviços de uma organização começa pela qualificação de seus colaboradores. Quanto mais qualificado um time, maior desempenho e melhores resultados ele trará. Por isso a qualificação profissional se faz tão necessária. Essa é uma das frentes mais importantes do projeto MUDE com Elas que utiliza o sistema dual de ensino para a capacitação de jovens mulheres negras no mercado de trabalho.
De acordo com a pesquisa Potências (in)visíveis (2020), realizada pela Indique Uma Preta, empresas com diversidade étnico-racial são 36% mais propensas a gerar lucro. Além disso, 83% do mercado consumidor acredita que uma empresa deve promover transformações internas antes de fazer discursos sobre diversidade e representatividade.
A pesquisa também mostra que 61% dos Millennials (pessoas nascidas entre os anos 80 e início dos anos 90) defendem causas ligadas à raça e à cor. Esse número é de 58% para geração Z (que nasceram entre 1990 até o início do ano 2010) e 56% para X e BB (cujo nascimento aconteceu entre 1960 e o início da década de 1980).
Sistema Dual de Ensino
O Sistema Dual de Ensino é um sistema tradicional e reconhecido na Alemanha, que alia teoria e prática por meio de vivência no dia a dia corporativo, seja na área industrial ou administrativa, garantindo qualidade na formação profissional.
O Dual é implementado pela Câmara, que oferece todo o suporte, identifica os principais elementos da formação e implementação de acordo com o modelo alemão. Essa metodologia aplicada garante a qualidade e completude da formação, beneficiando não somente as aprendizes, mas também a empresa formadora.
Ou seja, a nossa Câmara, através da instituição de ensino parceira Instituto Social Ser+, acompanha a aplicação das aulas teóricas garantindo que todos os elementos da formação dual sejam abordados, enquanto as empresas parceiras entram com a oportunidade de trabalho.
Pesquisa Potências (in)visíveis - Por que mulheres negras?
Em 2020, a Indique Uma Preta, consultoria de empregabilidade e diversidade, em parceria com a Box 1824, realizou a pesquisa Potências (in)visíveis - A realidade da Mulher Negra no Mercado de Trabalho, com o objetivo de mapear o papel da mulher negra no panorama geral do mercado de trabalho e identificar suas potências.
A pesquisa constatou que, mesmo sendo maioria na sociedade brasileira (mais de 55%), a população negra representa 64% dos indivíduos sem ocupação profissional no País. Também observa-se que uma pessoa branca ganha, em média, 74% a mais que uma pessoa negra. Enquanto o rendimento médio da população branca corresponde a R$2.796, o da população preta e parda corresponde a R$1.608.
Quando o olhar se volta para dentro das empresas, nota-se que essa realidade é refletida: Mesmo sendo maioria no mercado de trabalho, a população preta e parda ocupa apenas 29,9% dos cargos gerenciais. 72% das mulheres negras não foi liderada por outra mulher negra nos últimos 5 anos de trabalho e esse grupo recebe 38% do salário de um homem branco com o mesmo nível de escolaridade que o seu (o que representa pouco mais de um terço do salário de alguém que tem o mesmo nível que o seu).
Os dados mostram que mulheres negras são a base da hierarquia social. Essa estrutura se mantém há tanto tempo que ver mulheres negras ocupando este lugar de vulnerabilidade social passa a ser naturalizado. Essa realidade nunca mudará a menos que a população e as empresas passem a se incomodar em vê-las nessa posição.
O QUE MUDA ESSA HISTÓRIA?
Uma parte importante para mudar esse cenário são as ações afirmativas, que têm o objetivo de incluir grupos historicamente excluídos.
As políticas de diversidade são imprescindíveis e impulsionam os negócios das empresas por meio de uma leitura mais fidedigna do mundo, mas é importante ter em mente que, sem a participação coletiva, o potencial de transformação dessas ações é limitado.
Formação de Tutores
Felizmente a pressão social faz com que a pauta de inclusão deixe de ser um diferencial para se tornar uma premissa que afeta profundamente o valor de uma marca. Fazer parte da luta pela equidade racial é investir no desenvolvimento econômico, cultural e social do País.
Para mudar o cenário da participação das mulheres negras no mercado de trabalho, por exemplo, é necessário contar com pessoas que queiram fazer parte da mudança.
Por isso, o projeto MUDE com Elas conta com uma Formação de Tutores que possui origem alemã (Ausbildung der Ausbilder - AdA/AEVO), e busca aprimorar as ações de instrutores que desejam acompanhar as jovens aprendizes em seu desenvolvimento profissional e pessoal, apresentando a importância do acompanhamento e orientação nas dinâmicas diárias dessas jovens nas empresas contratantes.
As etapas de aprendizado são acompanhadas por uma metodologia eficaz e o material didático é fornecido durante a formação. A Formação abrange debates, reflexões sobre os processos apresentados, autoavaliações, dinâmicas, estudos de caso e avaliações em grupo.
Barreiras Inconscientes: Mitos que impedem o avanço
Quando falamos da presença das mulheres negras no mercado de trabalho, percebemos que algumas estruturas sociais se perpetuam porque existem barreiras que bloqueiam o avanço dessas mulheres. Essas barreiras são fortalecidas por mitos. Alguns deles criam a narrativa de que mulheres negras não têm uma formação e qualificação suficiente, ou ainda, que as empresas não precisam lidar com temas raciais e de diversidade.
O mito referente à formação e qualificação corresponde à crença de que candidatas negras não possuem a qualificação necessária para determinados cargos. Os dados da pesquisa Potências (in)visíveis, de 2020, mostram, porém, que 43% delas buscam qualificação constante e que 31% deseja fazer cursos específicos de capacitação em sua área. Além disso, mulheres negras são maioria nas universidades públicas.
A visão de que as empresas podem se abster do problema sem um olhar autocrítico é outro mito comum. Temas raciais e de diversidade estão cada vez mais em voga e, atualmente, não há mais espaço para ignorar essa onda de mudanças em todas as esferas sociais, incluindo o consumo: 80% da geração Z deixou de comprar e repercutiu negativamente notícias de empresas que realizaram campanhas consideradas racistas¹. Além disso, 71% dos consumidores estão atentos à maneira como as marcas ganham e usam dinheiro² e 83% acreditam que uma empresa deve promover transformações da porta para dentro antes de falar sobre diversidade e inclusão com o público externo³.
A pesquisa também revelou que empresas com diversidade étnico racial são 36% mais propensas a dar lucro.
É importante ressaltar que, de acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) de 2019, a população negra e parda representa 55% da população brasileira. Perde-se muito quando mais da metade dos brasileiros não está em todos os espaços: pensando, fazendo, criando e contribuindo junto. Trata-se de talentos e potenciais desperdiçados graças a percepções irreais, mitos!
É preciso conscientizar para transformar. As iniciativas por parte de líderes e empresas são fundamentais para valorizar essas potencialidades.
É por isso que iniciativas como o MUDE com Elas são tão importantes. Com o programa, a empresa poderá contar com capacitação tanto para as aprendizes quanto para os tutores - colaboradores voluntários das empresas participantes, utilizando métodos eficazes e reconhecidos (veja mais em "Sistema Dual de Ensino" e "Formação de Tutores"), construindo um espaço seguro para que essas jovens negras possam se desenvolver e ultrapassar as barreiras que poderiam limitar o início de suas carreiras.
¹TrueGen, por Box1824 e McKinsey, 2017
² Série Emergência: Engajamento de Marcas por Box1824, 2020
³Potências (in)visíveis: a realidade da mulher negra no mercado de trabalho, por Box1824 e Indique Uma Preta, 2020.
Inclusão e Diversidade: vantagem competitiva e mudança social andam juntas
Após o início do movimento Black Lives Matter, em 2020, discussões sociais e políticas afirmativas têm se intensificado também na esfera empresarial, muito graças às demandas da sociedade civil para promover mudanças. Empresas têm se conscientizado sobre o assunto, entendendo que vantagens competitivas andam junto à adoção de medidas importantes para a sociedade.
A Harvard Business Review realizou uma pesquisa que mostra que em ambientes corporativos onde há diversidade, os colaboradores estão 17% mais engajados e dispostos a irem além de suas responsabilidades. Além disso, nessas organizações, a existência de conflitos chega a ser 50% menor que nas outras com menos diversidade. Ou seja, as possibilidades de crescimento aumentam em um ambiente onde há inclusão de diferentes perfis, entendimento sobre as especificidades de cada indivíduo e espaço para errar e aprender, sendo um prato cheio para criatividade e, consequentemente, para uma produtividade maior.
Estudos recentes da Organização McKinsey & Company revelam também a relação existente entre diversidade e a performance financeira das empresas. As organizações com diversidade de gênero em suas equipes executivas são 21% mais propensas a terem lucratividade acima da média em seu setor. Quando se trata de diversidade étnico-cultural, esse número chega a 35%. Além disso, nos Estados Unidos, para cada 10% de aumento na diversidade racial ou étnica na equipe de executivos, os lucros aumentam 0,8%.
A diversidade étnica e cultural em todos os níveis hierárquicos de uma organização está diretamente relacionada à lucratividade. Mas como chegar nesse lugar?
Sem dúvida, essa não é uma resposta simples. Mesmo com conhecimento deste cenário, muitas organizações ainda têm dúvidas sobre a melhor forma de promover os benefícios que um ambiente mais diverso pode trazer. Uma série de mudanças, em todos os níveis corporativos, é preciso.
Incluir programas de aprendizagem profissional, como o MUDE com Elas, pode ajudar instituições a compor as iniciativas necessárias para construir uma estratégia eficaz de inclusão e diversidade. A motivação deve advir do entendimento sobre a importância de ações que tragam justiça social. No entanto, é cada vez mais evidente que priorizar o tema também coloca as empresas em vantagem competitiva.
¹HDI Brasil, Diversidade e inclusão: sociedade ganha, e empresas lucram. Por onde começar? | 2022
²Diversity Wins, Por McKinsey, 2020.
25 de julho: Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
No ano de 2022, celebramos o 30º aniversário do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha que foi estabelecido no 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana em 1992. Elas definiram a data com o objetivo de unir as mulheres negras da América Latina e Caribe na luta contra as opressões de raça.
A data se faz tão importante que, no Brasil, no ano de 2014 por meio da Lei nº 12.987, o dia 25 de julho foi marcado também como o Dia da Mulher Negra e Dia Nacional de Tereza de Benguela, que viveu no século 18 e foi líder do quilombo do Quariterê, no Mato Grosso. Sua inteligência no modo de liderar a tornou símbolo de luta e resistência do povo negro até os dias de hoje.
Esses importantes marcos da data enfatizam a luta histórica das mulheres negras por uma vida com dignidade, em uma sociedade estruturalmente racista e machista. Mulheres negras ainda são as que mais sofrem com feminicídio (Atlas da Violência, 2021), com violência não letais (IBGE, 2009) e estão na base da pirâmide socioeconômica do Brasil (Potências (In)Visíveis, 2020) conforme indicam pesquisas.
Assim, o dia 25 de julho torna-se um símbolo de resistência e esperança. Ainda há um longo caminho rumo à equidade racial e de gênero, mas já é possível perceber mudanças positivas advindas de lutas das que vieram antes.
A pesquisa de 2020, Potências (In)Visíveis: A Realidade Da Mulher Negra No Mercado De Trabalho da Indique Uma Preta e da BOX1824, mostra que a mulher negra é uma agente estratégica para pensar as pautas contemporâneas como mudanças sociais, de mercado e de trabalho.
Uma das razões apontadas pela pesquisa é o fato de elas fomentarem a chamada "economia de revoada". Os grupos se tornam comunidades e, por sua vez, as comunidades geram engajamento de produção e compras. Esse processo de pertencimento particular às mulheres negras é capaz de sustentar a economia familiar e nacional. Além disso, as mulheres negras representam 49% das micro e pequenas empreendedoras. E 4,7 milhões é o total de mulheres negras à frente de um negócio no país (SEBRAE, 2019).
A pesquisa Potências (In)Visíveis mostra também que há séculos as mulheres negras criam estratégias bem estruturadas para enfrentar crises e impulsionar negócios. Seja em tomadas de decisão, seja na criação de um propósito de negócios, essa expertise ancestral está presente até hoje. Isso significa que sabedoria e inovação foram construídas ao longo das gerações. Mulheres negras transformam ancestralidade em inovação.
A data de 25 de julho é importante não só para a reflexão sobre o papel da mulher negra como agente de mudanças, mas também para refletir sobre a importância de nos desafiarmos a colocar em prática ações mais efetivas, que impulsionem a potencialidade de mulheres negras. O MUDE com Elas tem como objetivo a inclusão e valorização dessas mulheres no mercado de trabalho, o que é uma pauta social que possibilita ferramentas para a transformação e evolução dos negócios.